A ludicidade (brinquedos, brincadeiras e jogos)
Preciosa aliada na prática pedagógica
Brincar é uma
atividade humana criadora, na qual imaginação, fantasia e realidade interagem
na produção de novas possibilidades de interpretação, de expressão e de ações
pelas crianças, assim como novas formas de construir relações sociais com
outros sujeitos, crianças e adultos, Vygotsky (1987).
Com base nessa visão de Vygotsky, podemos compreender que na brincadeira a criança vivencia papéis, soluciona conflitos, amplia as possibilidades linguísticas, além de auxiliar no desenvolvimento psicomotor, afetivo, cognitivo e nas interações sociais e culturais.
Com base nessa visão de Vygotsky, podemos compreender que na brincadeira a criança vivencia papéis, soluciona conflitos, amplia as possibilidades linguísticas, além de auxiliar no desenvolvimento psicomotor, afetivo, cognitivo e nas interações sociais e culturais.
No brincar, a criança estabelece suas
relações com o mundo e com as pessoas que a cercam, tem possibilidade de
representar o mundo real e se apropriar dele, interagindo com outras crianças e
adultos, construindo hipóteses, respeitando regras e dessa forma,
construindo-se como sujeito. Sendo que as brincadeiras variam de acordo com a
classe social, o contexto, a cultura, os objetos e os espaços disponíveis.
Segundo
Kishimoto, o lúdico (a brincadeira, o brinquedo e o jogo) é um instrumento de
desenvolvimento da linguagem e do imaginário, valoriza a criatividade, cultiva
a sensibilidade e busca a afetividade, no qual é possível formar seres
criativos, críticos e aptos para tomar decisões.
São ricos instrumentos nas práticas pedagógicas e de grande valor social, oferecendo inúmeras possibilidades educacionais, pois favorece o desenvolvimento corporal, estimula a vida psíquica e a inteligência, contribui para a adaptação ao grupo, preparando a criança para viver em sociedade, participando, questionando os pressupostos das relações sociais tais como estão postos e tudo isso de forma prazerosa.
São ricos instrumentos nas práticas pedagógicas e de grande valor social, oferecendo inúmeras possibilidades educacionais, pois favorece o desenvolvimento corporal, estimula a vida psíquica e a inteligência, contribui para a adaptação ao grupo, preparando a criança para viver em sociedade, participando, questionando os pressupostos das relações sociais tais como estão postos e tudo isso de forma prazerosa.
A
criança reproduz e representa o mundo por meio das situações criadas nas
atividades de brincadeiras, e essa reprodução não se faz de forma passível, mas
mediante um processo ativo de reinterpretação do mundo, que abre lugar para a
invenção e a produção de novos significados, saberes e práticas.
As
brincadeiras de roda com seu movimento e musicalização integram-se e
proporcionam um brincar extremamente envolvente. Nas brincadeiras de faz de
conta se destaca a aquisição de símbolos, e alterando os significados dos
objetos, de situações e criando novos significados é que se desenvolve a função
simbólica, o elemento que garante a racionalidade ao ser humano. Já as
brincadeiras tradicionais de manifestação livre e espontânea tem a função de
perpetuar a cultura, desenvolver formas de convivência social e permitir o
prazer de brincar.
Nos
jogos com momentos desafiadores, permitem descobertas constantes, estimulam o
convívio em grupo, a definição conjunta de encaminhamentos e ações,
possibilitam a aprendizagem do sujeito e seu pleno desenvolvimento, já que
conta com conteúdos do cotidiano, como as regras, as interações com objetos e o
meio, a diversidade de linguagens envolvidas em sua prática e por ser livre de
pressões e avaliações.
O jogo
é a construção do conhecimento, principalmente nos períodos sensório motor e
pré-operatório. Agindo sobre os objetos, as crianças, desde pequenas,
estruturam seu espaço e o seu tempo, desenvolvem a noção de casualidade,
chegando à representação e, finalmente, a lógica. As crianças ficam mais
motivadas a usar a inteligência, pois querem jogar bem, sendo assim,
esforçam-se para superar obstáculos,
tanto cognitivos quanto emocionais.
Existem inúmeras possibilidades de
incorporar a ludicidade na aprendizagem, mas para que uma atividade pedagógica
seja lúdica é importante que permita fruição, a decisão, a escolha, as
descobertas, as perguntas e as soluções por parte do educando, do contrário,
será compreendida apenas como mais um exercício. Além disso, “é importante que
o educador tenha muita vivência com atividades lúdicas para que a ludicidade
seja prazerosa, potencializando a transposição dessa experiência para o campo
da educação”, Santos (1997), que na sua formação o lúdico seja pertinente, que
o mito de que a brincadeira não é coisa séria e desprovida de qualquer
possibilidade de aprendizagem para o educando dos anos iniciais do ensino
fundamental, já que os conteúdos apresentados nesse nível de ensino são
sistematizados de forma diferente aos da educação infantil, seja superado, que
os espaços sejam criados, os recursos providenciados e as grades de horário e conteúdos
rigidamente estabelecidos, sejam flexíveis e deem espaço para a prática da
ludicidade.
Na instituição de educação torna-se necessário
que os espaços e as atividades estejam direcionados para a valorização do
brincar, pois quanto mais interessantes, enriquecido será o brincar. É
importante deixar uma variedade de materiais disponíveis às crianças, nos quais
elas incitem o faz de conta e a imaginação, tais como espaço que represente uma
casinha de boneca com miniaturas de uma casa de verdade, um espaço com livros e
fantasias, um espaço com blocos de montar e jogos estimulando a criatividade na
montagem de estruturas.
Durante
as interações proporcionadas pelos jogos, é garantido o respeito mútuo entre o
mediador e a criança, dentro de um clima afetivo, em que ela tem a oportunidade
de construir seu conhecimento social, físico e cognitivo, estruturando, assim,
sua inteligência e interação com o meio em que vive.
Os
jogos educativos orientados para estimular o desenvolvimento cognitivo são
importantes para o desenvolvimento escolar mais elaborado como calcular, ler e
escrever. Os jogos de construção ganham espaço na busca deste conhecimento
físico, porque desenvolvem as habilidades manuais, a criatividade, enriquecem a
experiência sensorial, além de favorecer a autonomia e a sociabilidade. Já para
desenvolver o raciocínio lógico, devemos organizar os jogos voltados para a
classificação, seriação, sequência, espaço, tempo e medidas.
É
fundamental que o professor observe a brincadeira, ao observarmos nossos
educandos brincando, podemos conhecê-los melhor, pois uma parte de seus mundos
e experiências revela-se nas ações e significados que constroem nas suas
brincadeiras, pois o processo de brincar referencia naquilo que os sujeitos
conhecem e vivenciam. Com bases em suas experiências, os sujeitos reelaboram e
reinterpretam situações de sua vida cotidiana e as referências de seus
contextos socioculturais, combinando e criando outras realidades.
Precisamos
superar as inúmeras limitações e incorporarmos de forma mais efetiva a
ludicidade nas nossas práticas, potencializando-se assim as possibilidades de
aprendizagem e o investimento e o prazer das crianças e adolescentes no
processo de conhecer. E, com certeza, descobriremos também novas formas de
ensinar e de aprender com nossos educandos.
Referências:
BORBA, Ângela Meyer. O brincar como
um modo de ser e estar no mundo.2 ed. Brasília:[s.n.] 2007. 33-44 p.
Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/ensifund9anobasefinal.pdf>.
Acesso em: 15 nov. 2014.
RAU, Maria Cristina Trois Dorneles. A
ludicidade na educação: uma atitude pedagógica. 2. Ed. Curitiba: Ibpex, 2011. 1-248 p.
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